terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Afagos

Afagos

Corpos rentes, aquele roçar de calores, deleite imanente das vontades, gozo no gozar, orgásticos olhares cúmplices, mordidas leves e revolucionárias da excitação perene, permanente carícia dos dedos inquietos, constantes sorrisos capciosos, safados, mas ainda não vulgares. Aproximação de essências incompletas em busca de completude. Pretensas infinitudes nas horas calorosas, suadas. Vozes inaudíveis, telepatia das sensações, qualquer vibração é terremoto, vendaval nos esvoaçantes cabelos, braços em abraços tão beijoqueiros, pensamentos regozijantes, gozo no gozar, sorrisos no derradeiro momento de erupção, ainda não, adormece o vulcão, natureza brincalhona como uma ninfa, cantante vontade de continuar, e continua. Canta e é encantada, feitiço dos corpos, transcendência de olhos revirantes, amálgama de ímpetos pecaminosos( pecaminosos?). Confirmação das necessidades, autoafirmação do que é ser, completar-se com o outro, encaixe dos corpos, iguais ou diferentes. Felicidade perseguida em atos cúmplices e imponderáveis. Tremor das sedes insaciáveis, devaneios nos ouvidos das rochas trazendo magma ao Etna. Despertar divino e encontro com o princípio, momento único, revirar dos olhos inquietos nas pálpebras, expressão derradeira de liberdade. Afagos reconfortantes depois do amor-em-ato.

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