terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Assédio à dor

Assédio à dor

Tumores em meu cérebro
Pressão craniana insuportável
Hemorragia dolorosa

Quem dera minha cabeça fosse outra
Quem dera minha dor não fosse tanta
Quem dera o ‘quem dera’ não fosse apenas possibilidade

Meus olhos doem ao girarem na cavidade ocular
Ao piscarem.
Escuto os cílios superiores encostarem-se aos inferiores
Minha testa franzida
Meu semblante engilhado

Meus comprimidos na mesa
Encaram-me em com seus olhos azuis e brancos
Clamam por minhas mãos
Boca, esôfago, estômago

Prometem alívio, sussurram cura
Me seduzem.

Assediam minha dor
Minha dor cede e os beija
E esse amor me adentra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário