Caos orgânico no cenário urbano.
Imerso em uma excrescência
Expelida pela boca podre
Sobe-me as narinas
Vômito engasgado
Exturpor estomacal
Caos orgânico
Vísceras remoendo-se
Mescla-se um asco a um desprezo por si
Absorve os fedores urbanos
Involuntariamente
Uréia, comida estragada
Bichos mortos, lama fétida
Caminho-lixo
Ruas de uma cidade bela
Belo e lamacento asfalto esburacado
Belos e fedorentos bueiros entupidos
Beleza incomensurável de sujeira
Corpos não banhados a deitar em tal chão
Chão infecto,
Infecção de indiferença daqueles que por eles passam
O pedinte mendigo é apenas mais um saco de lixo
Um resto mortal que ainda não foi colocado no saco
E os pseudo-vivos em suas carruagens modernas
Sobem o vidro ‘fumê’,
Não apenas pra que não vejam o interior de sua carruagem
Mas pra não ver também o que lhe envergonha intimamente
Por mais indiferente que seja.
Todo um sentimento claustrofóbico em seu peito
Antes de recostar sua cabeça no travesseiro de seda
‘Lá das Europa’.
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