terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Resfolegar do Dragão

O Resfolegar do Dragão

Medo
Do resfolegar do dragão
Quente bafo e cheio de enxofre

Sobe-me a garganta um vômito podre
De horror indizível
Gorgolejante e asqueroso

Temo a morte como quem teme ser abortado
Ando trêmulo, a bambear na existência
Dores encefálicas estarrecedoras
Abomináveis nervos que me enviam dor ao cérebro

Cento e trinta marteladas em meu peito
Um coração que não bate,
Apenas tem espasmos
Resfolegando feito um potro cansado

Asas incomensuráveis a fazer sombra
Envolve-me, em minha pequenez.
Caio de joelhos ante o derradeiro calor

Vomita todo seu ódio em mim
Cai a carne de minha face
Escorre sobre meu ombro meu globo ocular direito
O causticante calor parece ácido
Chove sobre minha fronte e me desintegra

Escalpela-me, lava meus ossos
E ao pó retorno.

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