terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Parafuso

Parafuso


... o vento. Ele vem, ele vai. Leva e traz. Cheiro de chuva o vento carrega. Carrega as palavras nas curvas de meu texto. Quase erro algumas vírgulas. Mas o parafuso não deixa. Um menino corre no lago, sem sentido, assim como essa frase. Os latidos. Estão distantes. O estalo. Parafuso. O ronco. Meu Pai. Minha idéia. Minha? O Jazz. O ponto. Final. A mordida da formiga fazendo coçar meu braço. Parafuso. Ela não cessa, agarra firme. Ainda coça. E só aumenta. Não agüento mais. Vou tirá-la do meu antebraço.Coça muito. Ácido fórmico. Ela sai. Desistiu. Parafuso. Ela anda. Desbrava-me. Eu me coço. Ela vence. Outra surge. Formigueiro. A máquina de costura. Gerações. Vó. Tia. Mãe. Um copo laranja, gosto de beber nele. Será que ele gosta que eu beba nele? Desconfio. A chave. Cadê cadeado? O óculos pendurado no prego que segura o calendário. Olha o futuro. Reflete passados. O mosquito. No meu ouvido um zunido. Ziiim. Eu a mato, me picou oras! A faca, com um pouco de manteiga. Meu pão me espera. Quente. Deixe-me ir. Fome. Parafuso.

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