terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sentimento sem nome.

Sentimento sem nome.


Muitos volts em minha pele
Urticante
Dentes trincando
Despedaçando-se
Dor, extração de uma unha
Agulha, injeção.
Anestesia?
Não!
Lentidão
Mundo lesma
Pálpebras adesivas
Imãs, atraindo-se.
Juntos!

Leveza!
Flutuante realidade.
Inconsistente.
Dormência no pensar.
Cores.
Imaginação ferina.
Dormência no falar.
Mudez.
Olhos inquietos dentro das pálpebras.
Pensamentos despertos dentro de si.
Incessantes.
Sufocante calcular do tempo.
Irreal.

Sons sobrepostos, camadas de onomatopéias como em um bolo.
Bolo zum, bolo trim, bolo click, bolo ziim!
Sonoridade pontiaguda.
Tímpanos desintegrados.
Além-som
Baixas-frequências.

Movimentos aquosos: Afogamento.
Respirar úmido: goles d’água.
Sede salgada.

Calafrio no fogo da razão.
Fogo-fátuo.
Vida-fátua.

Clarins, conchas, trombetas.
Estrelas.
“As águas estão vivas!?”

Pressão psicodélica
Zigue-zague dolorido
Um “ai!” cinza
Outro “ai!” tenebroso
O “ai!” azul esmaga
Contrai o respirar
Sem ar,

Desgaste do ser corpóreo
Coloidal obliteração
Erosão de si.
Pensamento enferrujado
Salinidade destruindo a lógica
“Algas!”.

Antropofágico tigre do mar
Pontas de lança, brancas.
Várias.

Banquete...


Moléculas derradeiras
Homem-plâncton.
Derradeiro devaneio: “não sei nadar!”.

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