terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(texto sem título)

Um texto sem título é este que voçê vai ler. Na verdade já começou, então vamos ao que interessa logo: a conclusão. Pois leitores dos nossos tempos não se preocupam mais com o enredo, a trama, o desenrolar da história; querem logo é o final delas, o que vai acontecer. Pois para frustração de todos direi que história alguma tem fim. Como? Muito simples, toda história tem um começo, até aquelas ficções que começam supostamente pelo fim, portanto é de se imaginar que terá um meio e depois um fim propriamente. Engano, não se encerra ali a história que voçê leu, ela perdura em sua memória, “mas o personagem conseguiu vencer”, sim ele venceu mas quantas batalhas ele terá ainda que enfrentar, o que ele vai fazer de sua existência da sua vitória em diante? Uma história só fenece se não compreendermos que ela é incompleta; não há na história de um texto a completude plena, há sempre lacunas propositais e despropositais também; as lacunas propositais são características dos autores provocadores que colocam justamente a lacuna onde deveriam colocar sua peça principal, deixar subentendido a idéia principal e passível de interpretações é uma forma de demonstrar que sua história terá tantos fins quanto interpretações; já as lacunas despropositais são aquelas geradas instintivamente ou por falta de habilidade do autor, na verdade são geradas pelas duas características porque o autor inábil em inserir lacunas propositais quando as consegue inserir foi por inabilidade e por instinto(inconsciência de tal uso), portanto haverão lacunas e incompletudes em todos os textos que vocês lerem. Inclusive este em que eu disse que anunciaria logo a conclusão, mas não o fiz em nenhum momento. “Mas então, qual a conclusão?” Se voçê se perguntar isso então não entendeu nada do que eu quis dizer.

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